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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

A lei do maior ou menor esforço

 

Os papéis do Eu diante das leis do maior e do menor esforço. É possível mudar a estrutura doentia da personalidade? 

 Claro que sim! Basta alterar a matriz da memória. Mas é fácil? Evidentemente que não! O processo é complexo. Para isso são necessárias técnicas que reescrevam lentamente as janelas da memória. 

Diversas técnicas psicoterapêuticas, que vão desde as analíticas até as cognitivo-comportamentais, se propõem essa tarefa. Por que o tratamento psíquico não é rápido como o cirúrgico? Por que demora semanas, meses ou, às vezes, anos? Diversos são os motivos: 

a) o Eu precisa aprender a ser gestor psíquico; 

b) o Eu não sabe onde estão as janelas killer ou traumáticas; 

c) os traumas, por exemplo, as fobias, normalmente estão espalhados em diversas janelas em múltiplos bairros da memória, seja na MUC ou na ME, e não num só lócus; 

d) o Eu não consegue deletar as janelas doentias, apenas reeditá-las.

 Como o Eu não é equipado para ser um bom gestor psíquico, ele torna-se amante da lei do menor esforço e despreza a lei do maior esforço. A lei do menor esforço são as atitudes que cortam caminhos ou fazem atalhos para se superar ou ajudar os outros. 

A lei do maior esforço exige do Eu análise crítica, altruísmo, capacidade de se doar, de encantar e reciclar. Apontar o dedo para alguém é um exercício da lei do menor esforço, mas compreendê-lo e estimulá-lo a pensar é um exercício da lei do maior esforço. 

 Qual lei praticamos mais? Na sala de casa e na de aula alguns educadores sem o saber optam pela lei do menor esforço. Ser radical e excluir são exercícios da lei do menor esforço, mas acolher, apostar em quem falha e respeitar seus limites são nobres exercícios da lei do maior esforço. 

Os fracos agridem, usam a lei do menor esforço; os fortes usam a inteligência, portanto, usam a lei do maior esforço. Um Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) pode estar arquivado em múltiplos espaços. 

Se uma mulher que tem TOC achar que seu caso é grave e não tem solução, estará usando a lei do menor esforço, mas se procurar se superar, reconstruir-se, estará usando a lei do maior esforço. 

Se ela se tratar com psicofármacos e/ou com técnicas psicoterapêuticas e reeditar algumas janelas killer, poderá deixar de ser marionete das suas obsessões. Mas, mesmo tendo sucesso no tratamento, pode haver algumas janelas não reeditadas, que, portanto, produzirão recaídas. 

O que fazer? Se ela se punir e achar que não tem solução, praticará, assim, a lei do menor esforço. Nesse caso, o TOC migrará de uma obsessão para outra. Se ela, por exemplo, tinha mania de lavar as mãos, agora poderá ter ideias fixas para fechar portas e janelas várias vezes. Se exercer a lei do maior esforço, cada recaída não será objeto de autopunição, mas combustível para se proteger, se reerguer, se superar. 

 Por exemplo, uma usuária de droga, como a cocaína, consciente de que está num cárcere emocional, usa a lei do maior esforço e procura tratamento. Se o tratamento for bem-sucedido, a pessoa dependente reedita parte significativa das janelas killer que financiavam a dependência psicológica. Vence batalhas, para de usar drogas durante meses ou anos, mas pode não ter vencido a guerra. 

Se ficaram algumas janelas doentias intocáveis que se deslocaram da MUC para a ME, elas poderão abrir-se em estados de crises e atrair o monstro da atração pelas drogas. E se o Eu não atuar fundamentado na lei do maior esforço, ou seja, se não se posicionar como Autor da sua história, não criticar e confrontar seu desejo compulsivo, a pessoa poderá ter uma recaída. 

 Jamais uma recaída, seja no campo das drogas, das fobias, do sentimento de culpa, da ansiedade, deveria financiar a autopunição, caso contrário, alimentará o círculo vicioso. 

Errou, quebrou a cara, deprimiu-se, o importante é o Eu não ser escravo da lei do menor esforço. Ela deve se levantar, deixar de ser conformista e utilizar a recaída para se reconstruir, torná-la mais forte, e não fraca.

(Livro Mulheres inteligentes, relações saudáveis)


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