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domingo, 13 de fevereiro de 2022

Desperte-o.

 

As mulheres são encantadoras Sentir-se amada, incluída, admirada, reconhecida e lembrada toca as raízes da emoção tanto de uma intelectual como de um iletrado, tanto de uma rainha como de um súdito. 

Nem mesmo um psiquiatra ou um paciente mutilado por uma psicose e controlado por pensamentos perturbadores escapam dessas necessidades vitais. 

 Simples palavras nos emocionam ou nos machucam. Pequenos olhares podem nos encantar ou nos decepcionar. Um beijo pode ter mais impacto do que um grande prêmio. Um abraço pode ser mais lembrado do que um aumento de salário.

 “Eu aposto em você! Não desista, conte comigo!”, “Você pode se superar!”, pequenas frases ditas em tempos de angústias tornam-se inesquecíveis, mudam rotas, renovam ânimos. Nossas reações podem ser mais penetrantes do que as de um projétil. 

 Eu tenho quatro mulheres na minha vida, minha esposa e três filhas. Elas são tão complexas e encantadoras e diariamente me ensinam que, apesar de ser psiquiatra, conheço pouco a mente humana. 

Elas me ensinam a amar, simplificar a vida, ter um pensamento abstrato, me interiorizar, viajar para dentro de mim mesmo. Criar o personagem Falcão, do meu romance O futuro da humanidade, foi uma maneira bem-humorada que encontrei para me expressar. A certa altura, ele diz: “as mulheres são tão admiravelmente complexas que o dia que você achar que conheceu uma mente feminina desconfie do seu sexo…”. 

Cada mulher é um mundo insondável a ser explorado, uma pérola viva no teatro da existência, um universo de emoções e pensamentos. Para mim as mulheres são muito melhores que os homens. 

São capazes de apostar tudo que têm naqueles que pouco têm. Doam-se, amam, são mais altruístas e solidárias que os homens. Preocupam-se com a dor dos outros, são mais éticas e muito menos violentas que os homens. Ah!, e cometem menos acidentes de trânsito, apesar de os homens acharem que dirigem melhor. 

Jamais, portanto, foram o sexo frágil. Mas é óbvio que, por estarem no front da batalha social, por se doarem muito mais que os homens, elas se expõem mais emocionalmente e estão sujeitas a desenvolver com mais frequência alguns transtornos psíquicos. 

 Quase todos os grandes erros cometidos na História foram arquitetados pelos homens: escravidão, discriminação, guerras, exclusão social, aquecimento global, competição predatória. 

Os homens falharam em escrever a história da humanidade. Chegou a vez de as mulheres pegarem a “pena e o papel” e escrevê-la. Sonho que sejam melhores escritoras do que fomos. E espero que jamais percam sua feminilidade, contraiam sua sensibilidade, esgotem sua generosidade como “escritoras”, caso contrário, cometerão os mesmos erros dos homens. 

Espero que jamais se tornem radicais, inflexíveis e pautem a interpretação dos eventos da vida apenas pelos ângulos da lógica. Caso contrário, perderão a oportunidade de dar um choque de lucidez nas sociedades modernas. 

E cito dois exemplos: primeiro, elas poderão não enxergar que uma criança judia e uma palestina não são filhas de dois povos, mas sim filhas da humanidade. Ou, então, poderão não entender que um aluno com péssimo desempenho na escola, quando apoiado e encorajado, tem a chance de libertar uma possível genialidade. Mas, infelizmente, a mulher moderna dá sinais de perda da afetividade e da sensibilidade. Ela está começando a cair em erros capitais que comprometem a saúde psíquica e as relações sociais. 

Não são poucas as que estão se tornando máquinas de trabalhar e de atividades. Alguns estudos dizem que as mulheres têm de trabalhar duas vezes mais para conseguir a mesma posição que os homens. 

O estresse crônico conspira contra elas. Todo ser humano, mesmo os mais difíceis, tem potencial para desenvolver as funções mais complexas da inteligência: o pensamento abstrato, a resiliência, a tolerância, a capacidade de pensar antes de reagir, de se colocar no lugar do outro, de expor e não impor ideias, de proteger a emoção, de gerir os pensamentos. Mas entre ter esse potencial e desenvolvê-lo há um fosso enorme. É, no entanto, necessário coragem e disciplina para desenvolvê-lo. Desperte-o.

(Livro Mulheres inteligentes, relações saudáveis)

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