Muitas daquelas mulheres não planejavam sair mais do Templo e retornar para os seus lares e famílias. Eram como a profetisa Ana (Lucas 2.36-38). Ficaram maravilhadas com os cânticos dos levitas, com o rito majestoso do sagrado ofício, com as vastas e resplendentes aglomerações de peregrinos judeus procedentes da Ásia Menor, de Alexandria, da Etiópia, das ilhas gregas e dos rios da Babilônia. Ali, no telhado da casa de Elisheva, durante as noites quentes, sob o brilho das estrelas, elas revelavam, umas às outras, suas visões, o que ouviam em seus sonhos à noite ou as revelações que tinham durante o dia enquanto estavam no Pátio das Mulheres – e como todos esses sinais misteriosos previam que o tempo da vinda do Messias estava próximo.
Quase ouviam os passos do Messias se aproximando,
pois o sofrimento e a decadência moral do Mundo já haviam ultrapassado a
capacidade dos seres humanos. O monstruoso governo de Herodes certamente aproximava-se
do fim. Jerusalém estava cheia de iniquidades, e a grande quantidade de
cobradores de impostos, delatores, magistrados, agentes da polícia de Herodes e
espiões do sumo-sacerdote havia transformado a Cidade Santa de Deus em um ninho
de cobras. Mas agora os seus dias estavam contados. Aquele que vestia o manto da
Glória do Pai, o Messias, não tardaria a chegar para resgatar Israel da
dominação romana. Traria em suas mãos a vara do poder, e ao sopro de sua boca
gemeriam e pereceriam os causadores do mal.
(Continua amanhã)
SHLOMO YITZHAK
França (1040-1105)
(Transcrito em português contemporâneo, adaptado, revisado e enriquecido por Jefferson Magno Costa)
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