Consciente de nossas imperfeições e limites. Nada é tão estressante como querer ser o que não somos. Quem não tem contato consigo mesmo não consegue reescrever a sua história.
Não represente, seja você
mesma. Todos que nos amam e nos rodeiam e a saúde psíquica
agradece.
Toda mulher gostaria de remover a impaciência, a
ansiedade, as fobias, o
humor depressivo e a timidez de seu psiquismo.
Mas a
vontade consciente de
mudança ou superação de um conflito, por mais forte e
poderosa, não é eficiente.
Não basta o Eu querer reorganizar sua
personalidade, é preciso utilizar
estratégias. Até um psicopata gostaria de ser gentil e
afetivo em toda sua agenda psíquica, mas, no calor das suas crises, os monstros
alojados em seu inconsciente o devoram e ferem os outros.
O Eu deve ser equipado, em especial, para ser o Autor da
sua história. Por
que brilhamos no mundo de fora, mas somos tão opacos
no mundo interior?
Por que guerras, homicídios, discriminações, transtornos
psíquicos, conflitos
sociais fazem a pauta de nossa história? Por que pais
sonham em dar a melhor
educação para os filhos, mas nem sempre têm êxitos? Por
que casais apaixonados que prometem juras de amor podem acabar
inimigos?
Há muitas causas para explicar as mazelas humanas.
Elas
passam pelos
fatores sociais, econômicos, educacionais, genéticos, mas
também pelos fenômenos que estão na base do funcionamento de nossas
mentes, em especial
pelas falhas do Eu como gestor psíquico e pelas
dificuldades de reconstruir as
janelas da memória. Para desenvolver estratégias o Eu
precisa explorar e conhecer o seu próprio mundo.
Ele precisa saber onde está e
aonde quer chegar. Depois disso precisa estabelecer metas e em seguida fazer
escolhas e, consequentemente, saber que todas as escolhas também envolvem
perdas.
Em que situação está sua relação com seu parceiro e
filhos? Aonde você
quer chegar? O que precisa ser conquistado e o que
precisa ser reciclado? Mapear nossas relações é uma função vital do Eu, mas
poucas pessoas sabem
que têm um Eu e muito menos que esse Eu deve estar no
controle da sua
mente. Por incrível que pareça, essa é minha crítica à
educação mundial: estamos no tempo da pedra em relação às funções básicas do
Eu.
Não se educa o
Eu como gestor psíquico, por isso ele acaba manipulado
pelos nossos conflitos e pelo sistema social. Parece que somos livres, mas
no fundo somos prisioneiros.
Depois de mapear as relações, o Eu deve saber quais são
suas metas e
quais as escolhas que deve fazer para executá-las.
Por
exemplo, quando uma
mulher hiperpensante e ansiosa mapeia que seu romance
está à beira da falência, deverá “superar” sua intolerância a frustrações,
trabalhar sua irritabilidade
e expandir sua generosidade. São processos lentos que
devem ser conquistados pelas leis fundamentais das relações saudáveis aqui
propostas.
continua...
(Livro Mulheres inteligentes, relações saudáveis)
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